“Estamos numa fase otimista para o setor, com o investimento a aumentar”
Em entrevista ao idealista/news, o CEO da Lucios, Filipe Azevedo, considera que se vive uma fase otimista para o setor imobiliário, tendo em conta que o investimento nos centros históricos de Porto e Lisboa continua a aumentar. Apesar de o peso dos empreendimentos de promoção e hotelaria ter aumentado nos últimos anos, a Lucios Engenharia e Construção continua a ser a empresa do grupo com maior destaque.
A Lucios Engenharia tem em curso várias obras de construção. Quais destaca? Pela importância para a cidade e, arrisco dizer, para o país, destacamos o Super Bock Arena e o Mercado do Bolhão, ambas no Porto. São obras de grande mestria de engenharia e construção, mas são sobretudo infraestruturas com grande valor. É um privilégio e uma grande responsabilidade assegurar a reabilitação e a nova vida destes dois edifícios. No caso do Palácio Cristal Super Bock Arena é possível saber mais pormenores sobre a data de conclusão das obras e a abertura ao público? De acordo com notícia difundida recentemente pela Câmara Municipal do Porto, a obra estará concluída em setembro deste ano. O novo Super Bock Arena terá capacidade para acolher cerca de oito mil pessoas em eventos culturais, desportivos e empresariais de grandes dimensões. A apresentação pública está a ser preparada e em breve serão divulgados todos os pormenores.
Qual o peso que a componente de construção e engenharia tem atualmente no grupo Azevedo’s? Há 75 anos que no grupo Azevedo´s estamos atentos aos novos desafios do mercado, apostando em novas áreas de negócio. É com base neste pressuposto que temos vindo a diversificar a nossa área de atuação, assegurando toda a cadeia de valor dos nossos projetos e das nossas obras. A completar as áreas da construção e reabilitação, surge uma nova área de negócio, a Lucios Real Estate, onde temos os projetos imobiliários, projetos chave-na-mão e as concessões. Oferecemos também uma vasta gama de materiais de construção e decoração com as marcas Padimat design + Technic e Water Evolution. Também a Livingdam, que surge em 2008, possibilitou ao grupo posicionar-se na linha da frente da inovação. Atualmente a Lucios, Engenharia e Construção continua a ser a empresa do grupo com maior destaque, beneficiando de uma notoriedade que conquistou, mantendo sempre a capacidade de se reinventar e adaptar às necessidades do mercado. Foi assim que manteve o seu posicionamento no sector da construção civil e conquistou lugar de referência em novas áreas de negócio.
Como se encontra a atividade no mercado internacional? A Lucios já opera na Argélia e Moçambique e tem assinalado um aumento da importância e dos trabalhos nestes dois países, o que nos leva a apostar na equipa além-fronteiras. Atualmente contamos com quase 100 trabalhadores a representar a Lucios internacionalmente. Quais os principais obstáculos desenvolvimento da atividade de construção? Felizmente nos últimos anos temos tido mais motivos para sorrir. Normalmente, os entraves com que nos debatemos são, claramente, a recessão e a falta de investimento, mas, também, os processos de licenciamento e formalidades necessárias que atrasam muitas vezes o decurso das obras. O emprego na construção apresentou os valores mais elevados dos últimos seis anos o que espelha o crescimento do setor, mas que por sua vez se reflete num aumento de falta de mão-de-obra qualificada constituindo um entrave no desenvolvimento da atividade. O emprego na construção apresentou os valores mais elevados dos últimos seis anos o que espelha o crescimento do setor.
Há aspetos que melhoraram nos últimos anos? Ainda assim, estamos numa fase otimista para o setor, o investimento nos centros históricos de Porto e Lisboa continua a aumentar, privilegiando claramente o segmento de reabilitação e, paralelamente, a procura por habitações de construção nova também cresceu. Tudo bons indicadores. As expetativas da Lucios para este ano são de aumento de atividade? No último ano, o volume de faturação da Lucios atingiu os 60M€. A previsão para 2019 é de superar este número, chegando aos 80M€.